Amuletos

O Candomblé usa colares e pulseiras como guias, como veículos para aproximar o axé dos Orixás. Essas guias são feitas com as cores e materiais característicos dos Orixás que representam. Na Umbanda, as guias usadas no momento do culto costumam ser feitas pelas próprias entidades, sem uma norma geral para sua confecção.

As práticas mágicas usam diversos tipos de amuletos para garantir proteção contra más influências e para ter algum pedido satisfeito: saúde, trabalho, dinheiro, amor, etc. Alguns amuletos são derivados dos fetiches dos Orixás: miniaturas de suas ferramentas, búzios, etc. Outros são inspirados na magia européia. Destes, os mais populares são a figa e o "signo-de-salomão" (a estrela de seis pontas), que protegem contra o mau-olhado; e imagens dos santos católicos sincretizados com os Orixás. Outros, ainda, são "breves", saquinhos de pano com orações ou objetos consagrados dentro.

Outro tipo de talismã é a imagem da divindade ou espírito protetor. A presença deste tipo de imagem é comum à maioria das religiões: o Candomblé usa os fetiches dos Orixás guardados junto com produtos que representam seu axé; a Umbanda utiliza as imagens dos santos católicos correspondentes às suas divindades e também imagens de seus protetores; os católicos usam as imagens de Jesus, da Virgem, dos Santos e do Anjo da Guarda; os ciganos usam as imagens dos espíritos ciganos de sua devoção. Para que este talismã seja eficiente, não basta comprar uma bonita imagem na loja; ela precisa ser consagrada, para que possa ter a força mágica esperada. Toda magia tem um ritual para consagrar uma imagem. De modo geral, este ritual consiste em preparar uma oferenda com os alimentos, flores e objetos preferidos pela divindade ou espírito em questão e oferecê-lo numa cerimônia em que a imagem é "batizada", para que se torne realmente aquela divindade.

A preparação de um amuleto exige fé, concentração e força espiritual, pois ele só tem valor quando fica impregnado com um campo de energia que atue sobre a aura de seu possuidor ou que seja capaz de concentrar fortemente sua mente no que deseja obter. Por isso, um objeto sofisticado, mas simplesmente comprado na loja ou de uma pessoa distante, não é eficiente; uma simples pedra do caminho, se for consagrada por alguém com verdadeira força espiritual (de preferência, seu próprio usuário), pode ser o mais forte dos talismãs.